Monday, October 7

no meu sonho oiço vozes que chamam pelo meu nome. vozes familiares, vozes já esquecidas, vozes urgentes, chamam, apelam furiosas, desiludidas, sôfregas, "Sónia..!", "Sónia..". recordo o seu timbre, a sua sonoridade, o seu motivo, e fico submersa no meu sonho, arrependida, sozinha. falhei, falhei o número de vozes na minha cabeça e não sei porquê; como.
vozes. torturam-me, na sua repetição surda das mesmas letras, consoante após vogal, como um punhal no meu inconsciente. se ao menos fossem cura ou solução, nem que fossem remedeio.. vão-se embora, deixem-me descansar a alma, deixem-me sonhar com nuvens de algodão doce, em vez de memórias de tempos infantis, de dias inconstantes.
vozes, oiço vozes na minha cabeça e peço-lhes que deixem o desgosto para a aurora, quando a neblina cobre o rosto da vergonha.. vozes, quero sonhar..

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